domingo, 2 de outubro de 2011

Na contramão

Eu fiz sim, um texto bonitinho de auto-ajuda dizendo que somos as melhores e nada no mundo pode nos abalar. Mas tô sem saco pra isso. Sem paciência pra esse: querer-poder-conseguir. Nem sempre é assim. 
Eu escrevo pelo direito de ser eu, de me assumir. E escancarar todos os cacos e coisas feias que tem aqui dentro. Escrevo para colocar as interrogações de dentro pra fora. Como se as palavras ao saírem pudessem encontrar algum tipo de resposta.
É um alter-ego rebelde e livre que me deixa menos bonequinha. Faz vez ou outra aparecer um PORRA no meio do texto. Assumir a fraqueza. Os desejos...
Mostra a saudade, a tristeza, a raiva e todos os sentimentos que meninas fortes não podem ter. Mas eu tenho. E faço lindos textos de amor que não posso publicar pra não me mostrar apaixonada. E duros escritos de mágoa que me renderiam uns bons tarjas pretas. A gente não pode tudo.
No entanto, na viagem interna das letras me sinto despida frente a tantos, que por tamanha intimidade insistem na prepotência que me conhecem bem. Darlings, nem eu o sei.
Só sento no tapete mágico das palavras e vou pra longe, ensaiando uma viagem que por covardia ainda não me permiti. Mas que a escrita me permite, colocando aqui um aglomerado de frases e afirmando depois que não são minhas. São obras. Um trabalho.
Só por hoje não vou falar que sofrer não vale a pena. Que sorrir é o melhor remédio. E tantas outras lições coloridas tão esteticamente agradáveis mas empiricamente vazias.
As chaves das algemas eu tenho. O par de tênis também. Agora é só correr. Correr de quem eu era e ir atrás de quem eu sou. O esforço deve valer a pena. 


4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Tem que ter muita coragem para transformar em linhas tudo que sente, dores, fatos, refúgios e até mesmo para contar histórias observando o outro, ou até mesmo do nosso imaginário...Com certeza vale a pena, principalmente pra nós leitores que temos o prazer de ler o que você escreve.

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  3. Eu escrevo pelo direito de ser eu, de me assumir.
    LINDO

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  4. deve e vai valer a pena!
    e a mocinha, hoje em dia pode se permitir dar uns bons socos na cara, se precisar.
    Obrigada Fer, ler você também ajuda a passar os dias. Beijão.

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