terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vem...

Pega. Toca.
Morde.
Sussurra. Arrepia.
Treme.
Esquenta. Gela. Sopra.
Arranha. Aperta.
Geme.
Pensa. Grita.
Cala.
Olha. Age. Faz.
Encaixa. Respira. Fala.
Rola. Manda. Traz.
Sua. Acelera. Molha.
Sente. Seca.
Contém.
Explode. Deseja. Enlouquece.
Ama. Entrega. Vem...

domingo, 28 de novembro de 2010

A menininha...


Vou te contar um segredo: ninguém sabe, mas... eu choro quando fico triste.
Sinto saudades...
Me revolto com as injustiças do mundo.
E me emociono com certas músicas.
Ninguém sabe, mas... existe uma menininha aqui dentro. Que sofre. Que teima. Que quer. Que ama.
Uma menininha que só quer um abraço teu de vez em quando. E sentir que debaixo dos seus braços nada no mundo a fará mal.
E quando chegar de um dia ruim, poder deitar no teu colo e ter a certeza de que tudo vai ficar bem.
Ela quer ser protegida. E também quer cafuné.
A menininha quer tomar sorvete e brincar na praça. E ela é super carente de atenção.
Como toda criança, chora fácil. Se magoa fácil. Mas também perdoa fácil. Não guarda rancor.
Ela vai brigar com você e dizer que está de mal pra sempre. Mas amanhã ela esquece tudo e quer de novo tua companhia.
Mas é uma criança mimada. Quer muito afago, muito carinho... tudo pra ontem. Ela é muito impaciente.
Mas é só uma menina. Não tem maldade. Ela gosta de você e te quer por perto, só isso.
E o lado mulher racional por muitas vezes sufoca essa criança. Ela só vem no frio da madrugada, na solidão das manhãs de domingo, nos momentos em que o vazio da tua ausência chega a doer.
E ela está aqui agora, querendo ser cuidada. Já pedi pra que fosse embora, mas sabe como é criança teimosa...
E então, você quer brincar?

Besos...

sábado, 27 de novembro de 2010

Maturidade...

E do alto dos meus 24 anos de repente descubro: Não, não sou tão madura quanto pensei.
Acho que admitir isso é um sinal de maturidade, e é incrível me descubrir amadurecendo mais a cada dia.
O bacana é perceber que nem sempre amadurecer é "encaretar". Pelo contrário, hoje já não me importo com certas convenções que antes me eram tão necessárias.
Passei a crer mais em mim mesma e dar menos relevância à opiniões alheias.
Com o passar do tempo nós entendemos tanta coisa...
Entendemos que Caetano Veloso não é tão chato como achávamos na adolescência, e que salada no almoço é realmente o único caminho para um corpitcho alinhado.
Enxergamos que aquela pessoa que nos trata bem, nem sempre é quem nos quer bem de verdade.
Finalmente concordamos com nossas mães no quesito que "homem nenhum presta", mas continuamos insistindo, afinal somos brasileiros e não desistimos nunca!
Experimentamos o prazer e o desafio que é trabalhar naquilo que escolhemos.
Tomamos decisões importantes, como tomar ou não um porre na sexta-feira a noite. Saimos pra tomar café (Meo deos, café! Eu odiava isso há alguns anos atrás!).
Conseguimos assimilar que a vida não termina depois da faculdade. Que estudar nunca é demais e que jamais saberemos tudo sobre qualquer assunto.
Aprendemos a selecionar pensamentos, tentamos controlar sentimentos, e constatamos que, definitivamente, no coração não se manda.
Você já não precisa receber dúzias de ligações pra saber que a pessoa se importa. Ela existe, está lá, e isso basta. Passa a dar mais valor em uma bela noite de carinho. Os presentes não precisam ser caros, precisam ser sinceros...
Acredito que acima de tudo, a maturidade traz coragem. Coragem para enfrentar o que for preciso. Coragem para viver tudo que se deseja.
Poucos são os que amadurecem conscientemente. Quando damos conta nossas opiniões e desejos já não são mais os mesmos... e isso é bom demais! Mudança constanste, o mundo não pára mesmo. "Metamorfose ambulante" ever! E se hoje eu tenho audácia suficiente pra me permitir mudar de opinião, sentir, querer e viver o que quer que seja, sem dúvida isso está vindo com ela, que continuará me transformando sempre... a Maturidade!

Bacio!

domingo, 21 de novembro de 2010

Futuro do Pretérito

*Futuro que ocorre no passado, algo que poderia ter acontecido. Hipótese, incerteza, irrealidade.

Eu iria até aquela cidadezinha. E tomaria sorvete com você na praça.
Eu andaria contigo de mãos dadas. E usaria o vestido que você gosta.
Eu te faria cafuné antes de dormir. Eu acordaria você com um beijo.
Eu sentiria ciúmes. Eu morreria de desejo.
Eu riria das suas piadas.
Brigaria com você. E sofreria por você.
Eu faria você querer voltar pra casa todos os dias mais cedo.
Eu criticaria suas atitudes. Eu me emocionaria com sua nobreza.
Eu te dedicaria todos os meus poemas. E escutaria "nossa" música de novo.
Eu te faria café e bolo. E viajaria contigo pro litoral.
Eu cuidaria de você.
Assistiria filmes água com açúcar. E deitaria no seu colo.
Eu te amaria muito. E te faria rir.
Eu te magoaria. E te pediria perdão.
Eu compraria o seu vinho preferido. Eu tomaria banho com você.
Eu faria você me querer pra sempre.
Diria as palavras que te agradam. E te tocaria da maneira que te enlouquece.
Eu fugiria com você.
Eu seria tudo que você sempre quis. Eu daria tudo que você merece.
...

Kisses.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

bipolaridade desejada

"Menina mulher, mulher menina... mulher na aparência, menina nos olhos... mulher na determinação, menina na fragilidade... mulher na paixão, menina no romantismo... mulher na força, menina na emoção... mulher na inteligência, na razão, menina na inocência, no coração..."


É incrível como nossa vida é sensível a mudanças. Basta um olhar, uma atitude, uma palavra (ou a falta dela), e de repente tudo muda. Como é fácil ir do céu ao inferno em questão de segundos.
Não posso dizer que me sinto confusa. Não... tenho absoluta certeza do que eu quero. Todos os meus sonhos, objetivos, vontades, desejos... todos, são absolutamente verdadeiros e urgentes (pelo menos por enquanto).
É estranho, mas creio ter dois lados bem opostos me guiando: a sensatez e a impulsividade.
Ora penso demais. Ora ajo sem pensar. Seriedade e perfeccionismo no trabalho. Colo e conselhos de mãe aos amigos. Inconsequente e intensa no amor.
Quantas eu sou? Quantas posso ser? Uma diferente a cada situação. Uma diferente a cada dia.
Posso não derramar uma lágrima em um filme romântico. Posso morrer em prantos com uma simples música...
Vestido curto e salto alto pra sexta. Jeans e bata indiana para o sábado. Camisolinha de bichinho pro domingo.
Quero a independência de poder ir onde quiser. E quero que ele tente me impedir por ciúmes de vez em quando.
Uma mulher diferente a cada dia. Quebra de rotina, pimenta da relação. Tempero da vida. Posso dizer que tenho a bipolaridade desejada.
Às vezes insuportavelmente chata. Forte, frágil, corajosa, insegura, determinada, injusta, prepotente, doce...
Meus defeitos me fazem única! Minhas qualidades delineiam meu caráter.
Palavra de ordem: querer. Eu quero mais que ontem. E quero menos que amanhã.
Gostou? Posso mudar se me for conveniente. "Posso ser o que você quiser. Mas só quando eu quiser."

"Sou sempre eu mesma. Mas com certeza, não serei a mesma pra sempre." - Clarice Lispector

Kisses

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pensamento Positivo Sempre!!!!

Acho que um dos livros que mais demorei pra terminar de ler foi "O Segredo". Tem como tema principal o poder do pensamento positivo. O livro cansa, é verdade, embora eu creia que seja proposital. A autora parece que tenta por osmose nos fazer entender a tal da "lei da atração".

No entanto, partindo daquela máxima que "os fins justificam os meios", a mensagem que o livro passa é super válida em todas as situações. Em um mundo onde onde imperam a corrupção, a violência, a deslealdade, não é difícil se entregar ao pessimismo. Acreditar nas pessoas se torna cada vez mais complicado. São nesses momentos que a gente se entrega e acaba perdendo toda a fé que dias melhores virão.

E de fato, isso acontece. Quanto mais pra baixo estamos, mais coisas ruins surgem. É quando a famosa "bruxa tá solta". Tudo dá errado. O gatinho não liga, o chefe te recrimina, o filho adoece, o cartão de crédito estoura, até a chuva vem extamente quando você acaba de fazer "aquela" escova no cabelo. Sim, você tem certeza que o seu anjo da guarda é Murphy. Bom, isso nunca vai mudar se realmente acreditarmos nisso.

Hoje eu tenho consciência do tamanho do poder da nossa mente, não pelo livro, embora tenha me atentado mais depois que li, mas pela prática mesmo. É incrível como coisa boa atrai coisa boa! Quando estamos bem, nosso semblante muda, a luz nos olhos, o sorriso. E é fato que tudo que é bom quer ficar próximo de quem irradia luz. Isso é lógico, não tem que pensar muito. Nós seres humanos vivemos em constante busca do bem estar. Gostamos de coisas bonitas e agradáveis, certo? Aposto que ninguém curte lugar sujo, desordem, uma pessoa deprê ou mal humorada. Todos querem ter por perto o que há de melhor, mesmo que inconscientemente. Pra mim, isso é a lei da atração.

É um exercício diário. Estamos sujeitos a passar por perrengues em qualquer momento da vida. E a grande sacada de tudo é conseguir dominar os pensamentos. Obviamente, nunca conseguiremos monitorar todos, enlouqueceríamos tamanha a quantidade de pensamentos que passam por nossa mente todos os dias. No entanto, ser capaz de identificar e reverter os maus pensamentos é o passaporte para a prática do otimismo, e esse é o ingrediente principal para uma vida sadia.

Facilitadores importantes:
SORRISO - não, não estou dizendo para sair rindo de tudo e de todos por aí, como disse o poeta: "rir de tudo é desespero". Mas que um sorriso gostoso e sincero é danado de bom de ver, ah, isso é. Manter o sorriso no rosto apesar das adversidades nos deixa mais confiante.
BOM HUMOR - também não quer dizer fazer piadinha fail o tempo inteiro, isso é ser inconveniente, bom humor é outra coisa. É levar a vida de um modo mais leve, estar com o astral lá em cima. A pessoa bem humorada consegue contagiar o ambiente com energia boa.
FÉ - fator de suma importância para quem tem a intenção de viver mais que um único dia. Fé é crer. Crer em algo maior, crer em Deus, crer nas pessoas e principalmente crer em si mesmo. "Eu quero, eu posso, eu consigo."

Ok, ninguém vive como em um comercial de margarina. Os obstáculos existem e vão existir sempre. Mas se não der para atravessá-los, que tal tentar passar de ladinho? Os problemas  nos fazem pensar e o inesperado é um dos temperos da vida!

Be happy!

domingo, 7 de novembro de 2010

(in)sensatez

Ela era o eixo de tudo. Da família, dos amigos, do trabalho, da casa. Sempre centrada, era consultada por todos antes de qualquer decisão. Era o ombro amigo. A ouvinte sempre disposta a ajudar.
Tinha levado uma vida difícil. Diversas atribulações a fizeram crescer rápido demais. Pular etapas. Foi precoce em tudo. Aos 11 anos já havia vivenciado experiências que muitos aos 50 ainda desconhecem.
Era a aluna dedicada. A amiga leal. A filha exemplar. A irmã cuidadosa. A profissional competente. Obstinada, batalhadora. Inteligente e bem humorada. A mulher ideal? Não. Não era possível ser mulher sendo tantas ao mesmo tempo.
Paixões? Várias. Todas rápidas e intensas como o ritmo que sua vida levava. Não se permitia envolver. Não se permitia sofrer. A vida já havia sido dura demais, o que ela queria agora era a felicidade palpável, realista. Sonhos? Só em relação aos cursos e aos trabalhos que gostaria de realizar.
Um belo dia se depara com a oportunidade de um amor sincero. Um amor seguro. Era o príncipe e a princesa. O relacionamento perfeito.
Mas o conto de fadas se esvaiu. De repente não queria mais aquele mundo. Abriu mão de toda sua estabilidade para arriscar-se em vôos solos. Pela primeira vez ela tinha dúvidas, questionamentos.
Foi quando surgiu a libertação. Ou a loucura. O que a princípio tinha a candura de uma criança, em pouco tempo revelava-se absurdamente perturbador. Como nunca antes, ela estava sentindo. E sentia fortemente. Entregou-se sem pudor. A vida corria por suas veias freneticamente. Ela se permitiu envolver, e sofrer. Aquela que era a rainha do bom senso havia se transformado em uma garota inconsequente e passional. Esqueceu-se absolutamente de todas as regras. Ultrapassava todas as barreiras. Fora brutalmente criticada. A razão a dizia para parar. Mas seus ouvidos tinham sido fechados para qualquer decisão racional. Viver aquilo era tão extasiante que nada mais importava. Como alguém que jamais experimentou qualquer substância alucinógena e subitamente passou a fazer uso de doses cavalares da droga mais pesada. Viveu momentos nunca antes vividos. Sentiu arrepios nunca antes sentidos. Foi perigosamente fulminante. E deliciosamente intenso. Simplesmente não conseguia mais parar. Ela queria mais. Precisava de mais. Veio a dependência. A loucura. A obsessão... Em consequência, a rejeição. A abstinência. O sofrimento. A realidade.
Sim, a realidade volta ao mundo dessa mulher. O sonho acabou. Mas ainda restava um ínfimo lado utópico dessa experiência. Ela ainda queria. Sim, ela queria muito. No entanto de uma forma mais realista. Teria tomado de volta a sensatez? Provavelmente sim. Pelo menos até ela se permitir viver novamente...

Besos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Um passeio em um fim de tarde.

Resolvi sair. A angústia já não cabia nos 60 m² do meu apartamento. Precisava de ar.
Fui meio sem rumo, queria um lugar pra ficar só e pensar na vida. Lembrei de uma pracinha aqui perto.
Bermuda jeans desfiada, rasteirinha e óculos escuros. Nas mãos uma garrafa d'água, chave de casa, celular e um documento (é, sou meio paranóica com esse lance de andar com documento).
Acho que minha cara não devia estar das melhores. Os únicos três garotos que estavam na praça saíram rapidinho quando eu cheguei. Ótimo, eu tinha todo aquele espaço só pra mim.
Sentei com os pés cruzados no único banco em que fazia sombra, e por alguns instantes elevei meus pensamentos a Deus. Eu só conseguia pedir força. Era a única palavra que habitava minha mente.
As lágrimas foram inevitáveis, era como se eu estivesse deitada no colo de Deus recebendo acalanto. Sabe quando você está mal e alguém te abraça? Dá uma super vontade de chorar horrores né? Então, foi assim que eu me senti naquele banco.
Passados alguns minutos, quando os soluços já estavam mais brandos, eis que recebo companhia: uma família com várias crianças para fazer, acreditem se quiser, um piquenique na praça. E claro que o melhor lugar era exatamente em frente ao "meu" banco. As crianças me olhavam como se vissem um ET ("que será que essa tia louca tá fazendo com os pés em cima do banco, de cabeça baixa, mexendo no chaveiro de luzinha?"). Foram com direito a tudo, desde toalha quadriculada à cesta com frutas e biscoitos. Aquilo me incomodou um pouco. Não sei se pelos gritos das crianças (que sinceramente, não era o melhor momento pra eu escutar), ou se pelo contexto cênico daquela parafernália toda. Enfim, resolvi procurar outro canto pra ficar.
O sol estava morno e as ruas bem calmas. Nas poucas casas que se ouvia barulho, era alguma briga, alguma música, algum choro de criança ou algum "parabéns pra você". Pois é, deu até pra reparar nessas coisas. Descobri casas lindas, prédios que eu nem imaginava que existiam, muitas árvores, e flores... e beija-flores!
Logo encontrei outra praça. Mas nessa sou capaz de jurar que tinha mais gente do que nos três shoppings da cidade juntos! Poxa vida, não é possível se encontrar um lugar com privacidade nesse bairro?
Resolvi voltar pra casa. Esse passeio ao redor de 10 quarteirões durou cerca de duas horas. Eu andava e pensava. E andava mais um pouco, e pensava mais um pouco. Acredito ter entrado tão dentro de mim mesma que só percebi que estava na rua ao ouvir a buzina estridente de um motociclista. Sim, fui dar uma chapeuzinho vermelho e quase morro atropelada.
De repente eu senti fome. É, fome mesmo. Por alguns instantes fiquei decepcionada comigo. Como poderia sentir fome num momento tão poético? Todo aquele ar de cinema francês e meu estômago querendo comida?
Foi então que eu me lembrei que sou humana. Com todos os defeitos e necessidades que isso implica. Meu corpo não quer saber se estou recitando sonetos ou refletindo sobre o sentido da vida. Ele precisa de combustível para continuar e eu sou a fonte disso. Tenho que querer que ele continue e tratá-lo com o devido respeito.
Se eu ouvi o choro da criança ou a briga do casal, é porque, mesmo enquanto eu estava tendo uma crise existencial, a vida não pára. Infelizmente não temos a tecla "pause" e muito menos "slow motion". O mundo continua independente da nossa vontade. Não, a vida não é como nos filmes. O mocinho nem sempre é tão legal e provavelmente você se apaixonará pelo antagonista da trama. Ou pelo figurante mesmo.
Posso afirmar que, esse passeio hoje fez minha vida se tornar menos poética. Trouxe uma dose sutil de realismo. Ah, e uma leve dor nas pernas também...

Beijinhos.