De repente ficou tudo cinza. Frio. O que um dia havia sido avalanches de felicidades, agora não causava mais nada.
Vivera um tempo bom. Passara por provações necessárias para se fazer forte. Riu e chorou muito. Mas agora era só um vazio. Um certo constrangimento pelos momentos em silêncio. A perda total de intimidade.
As divergências de opiniões. As farpas. O desinteresse explícito... O carinho deu lugar ao coleguismo. A política da boa vizinhança era praticada em nome do convívio pacífico.
Já não havia mais tempo para sentir. As cores e os calores haviam partido. Não existiam mais lágrimas nem sorrisos. Nem ódio nem amor. Até que a total ausência de emoções lhe sufocara o peito...
Era o fim.
Em seus sentimentos não cabia tristeza, nem alívio.
Percebera que estando só podia sentir mais.
E depois, não sentira mais nada. Nem saudades. Apenas perdeu a companhia na hora do café. Na verdade, havia se lembrado que preferia chá. E voltou a tomar chá, todos os dias...
As vezes precisamos ficar só, para perceber do que realmente gostamos, do que queremos, por mais que sejam pequenos os gestos de voltar a tomar chá, como vc citou no texto, são esses pequenos gestos que demonstram quem relamente somos e o que realmente queremos...
ResponderExcluirQue lindo!
ResponderExcluirSabe, qd vivemos um relacionamento longo as identidades do casal se confundem e se perdem e deixam de ser duas para ser apenas uma. Quando acaba, nos vemos meio perdidos até que os dias vão nos mostrando do que realmente gostávamos. Belo desfecho.
Beijo enorme.
PS: Nem sei se o texto narra de fato o fim de um relacionamento, mas foi a que me remeteu, talvez por eu já ter me sentido como descreve o texto exatamente nessa situação.
Lindo texto. Também gostei do último post "Vai encarar". Algumas partes parecem ser sobre mim. Rs
ResponderExcluirVirei fã do blog!! rs