quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sincronicidade...

Era noite. Eis que estava com o coração apertado como há dias não sentia. Mentira. Sentia sim, só se enganava com a conveniente situação a qual decidiu permanecer.

Tinha saído com os amigos, se divertido, desabafado. Estava melhor. E uma inexplicável vontade o inclinou a tomar uma atitude atípica: se aproximar de uma, até então, distante amizade. Titubeou no início, mas ele realmente gostava de ouvir as palavras daquela mulher. E queria ouvir mais... mais próximo.

Não poderia passar por sua cabeça que aquele impulso quase inocente de estreitar um laço logo se transformaria. Não poderia passar por sua cabeça que aquela mulher, tão fascinantemente altiva, tivera passado por problemas e dores tão parecidos com os seus. E tinha gostos parecidos. E idéias parecidas.

Sentia-se bem. Em um espaço ínfimo de tempo sua dor passou. Seria verdadeira tal dor? Apenas se sabe que não mais perturbava-lhe a mente.

A mulher, dengosa que só ela, o seduzia de maneira cândida, pura. Foi também envolvida nessa teia de emoções rápidas e intensas.

A sintonia era tamanha que por vezes os assustava. Mas precisavam daquilo. De repente, precisavam tão desesperadamente um do outro que o mundo inteiro deixou de existir. Eram só dois.

O desejo por carinho era extraordinariamente forte de ambos os lados. Devoravam a alma um do outro na necessitada busca por atenção, afago... 

Nessa intrigante rede de sentimentos, ele se perguntava: "Por quê? Por que ELA? Por que ela fala exatamente o que eu imagino, no momento em que imagino? Por que aquela música toca no extato momento em que a visualizo? Por que esse bem querer tão grande, essa ternura tão verdadeira, esse desejo tão carnal e ao mesmo tempo tão divino? Por quê?"

E a dúvida de viver ou sufocar-se pairava-lhe sobre a cabeça. Sim, porque era impossível entregar-se a tal paixão sem consequências desastrosas. Ele sentia medo. E sentia vontade.

Ela, ainda ferida por uma antiga dor, precisava de um novo motivo para sorrir. E o motivo era ele. Mas os poréns que os impediam de desfrutar desse mágico sentimento a deixava exasperada. E foi-se.

Ele, num desespero enlouquecedor, adormeceu. Adormeceu e sonhou com o toque daquela mulher que nunca deixou um vestígio sequer em seu corpo. Afinal o mais tórrido caso de amor que vivera jamais havia presenciado um só toque.

Era noite. Eis que ele estava com o coração apertado como há dias não sentia. Mentira. Sentia desde o primeiro dia que aquela mulher o olhou diferente. E lhe faltou coragem para se permitir, viver, sentir...


















Continua...

Um comentário:

  1. Feeerrr...primeira vez q entro no seu bolg, e adorei!!
    Mto bom!!
    Parabéns....

    Bjuuuuuuu

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